Durante o Novembro Azul, muito se fala sobre o exame de toque retal — e também sobre o tabu que ainda o cerca.
Mas, ao contrário do que muitos homens pensam, esse procedimento simples, rápido e indolor pode salvar vidas.
A medicina moderna é categórica: sem o toque, o diagnóstico precoce do câncer de próstata pode falhar.
O que é o exame de toque retal?
O exame de toque retal é um procedimento clínico no qual o urologista avalia o tamanho, a textura e a consistência da próstata, uma glândula localizada logo abaixo da bexiga.
Com o uso de luvas e lubrificação, o exame dura menos de 10 segundos e é realizado de forma segura e higiênica.
Durante o toque, o médico consegue identificar alterações sutis — endurecimento, nódulos ou assimetrias — que podem indicar a presença de um tumor.
Muitos homens acreditam que o PSA (Antígeno Prostático Específico) é suficiente para detectar o câncer. Mas esse exame de sangue, embora fundamental, não substitui o toque retal. Há casos em que o PSA está normal, mas o médico identifica uma alteração suspeita durante o toque.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), até 20% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados apenas por meio desse exame físico.
O toque e o PSA se complementam: juntos, aumentam significativamente a precisão do diagnóstico e permitem detectar o tumor ainda em fase inicial — quando as chances de cura ultrapassam 95%.
O maior obstáculo não é o exame, mas o preconceito. Muitos homens evitam o toque por vergonha, medo ou desinformação. Mas a realidade é simples: o exame não fere a masculinidade — ele preserva a vida.
Com o avanço das campanhas de conscientização, cada vez mais homens têm compreendido que cuidar da saúde é um ato de coragem, não de fraqueza.
Quem deve fazer o exame?
- Homens a partir dos 50 anos devem realizar o exame de toque e o PSA anualmente.
- Homens com fatores de risco como aqueles com histórico familiar de câncer de próstata ou negros devem iniciar o acompanhamento a partir dos 45 anos.
Essas medidas simples reduzem drasticamente o risco de diagnóstico tardio.
O exame de toque representa um divisor de águas na saúde masculina.
O medo e o preconceito ainda afastam milhares de homens do diagnóstico precoce, transformando uma doença tratável em um desafio fatal.

